Para romper com o padrão do consumismo atual, todos os aspectos da educação – do trabalho em classe, até a volta a pé para casa – deverão ser pautados pela sustentabilidade. Esta é uma das conclusões do relatório “Estado do Mundo – 2010”, que teve sua versão em português lançada nesta quarta-feira (30/6), em São Paulo (SP). Produzido pelo Worldwatch Institute (WWI), o documento traz anualmente um balanço e reflexões sobre questões ambientais.
Segundo o relatório, uma pesquisa anual com alunos de primeiro ano de faculdades nos Estados Unidos trouxe um resultado alarmante. Ao investigar durante mais de 35 anos as prioridades de vida dos alunos, foi constatado que a importância atribuída a ter boa situação financeira aumentou de pouco mais de 40% para quase 80%. Enquanto o valor dado à construção de uma filosofia de vida plena de sentido diminuiu de 75% para pouco mais de 45%. O documento ressalta que este não é um fenômeno apenas estadunidense.
De acordo com o responsável pelo relatório da WWI, Erik Assadourian, o resultado da pesquisa é sintoma de uma mudança cultural. A ênfase atribuída pelos jovens à melhor condição financeira está ligada ao desejo de consumir mais produtos. Dessa forma, os recursos naturais são utilizados cada vez mais para suprir a demanda do consumismo.
Entre 1950 e 2005, a produção de metais cresceu seis vezes, o consumo de petróleo subiu oito vezes e o de gás natural 14 vezes. Atualmente, um europeu consome em média 43 kg em recursos naturais diariamente. Um norte-americano consome 88 kg.
“Temos que transformar a cultura para que viver sustentavelmente seja tão normal como vivemos o consumismo exacerbado. Ninguém vive sem celular hoje em dia e as ruas estão cheias de carros. O problema é que a nossa capacidade de viver no planeta está comprometida”, explicou Assadourian.
Hábitos, valores e referências são, em grande medida, formados na infância. Durante a vida, a educação pode ter um efeito transformador sobre quem aprende. Portanto, explorar as instituições de ensino será essencial para redirecionar a humanidade para culturas de sustentabilidade, aponta o relatório.
“Mas a crítica ao consumismo pode representar perda econômica. A ampliação do consumo não pode ser vista apenas como degradação”, lembrou o professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu, Ricardo Abramovay. O diretor-presidente do Instituto, Hélio Mattar, rebateu: “As necessidades básicas devem ser atendidas. O enfoque não é simplesmente consumir menos, mas consumir diferente. Deixar o descartável, por exemplo, e ir para o durável”.
Informações do relatório revelam que a humanidade aumentou, na última década, seu consumo de bens e serviços em 28%. Somente em 2008, foram vendidos no mundo 68 milhões de veículos, 85 milhões de refrigeradores, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de telefones celulares.
Desigualdade
Além de excessivo, de acordo com o estudo da WWI, o consumo é desigual. Em 2006, os 65 países com maior renda, que somam 16% da população mundial, foram responsáveis por 78% dos gastos em bens e serviços.
Os Estados Unidos, com apenas 5% da população mundial, representam 32% do consumo global. Se todos vivessem de forma semelhante aos estadunidenses, o planeta só comportaria uma população de 1,4 bilhão de pessoas. Atualmente, já somos quase sete bilhões, e projeta-se nove bilhões para 2050.
Segundo o relatório, uma pesquisa anual com alunos de primeiro ano de faculdades nos Estados Unidos trouxe um resultado alarmante. Ao investigar durante mais de 35 anos as prioridades de vida dos alunos, foi constatado que a importância atribuída a ter boa situação financeira aumentou de pouco mais de 40% para quase 80%. Enquanto o valor dado à construção de uma filosofia de vida plena de sentido diminuiu de 75% para pouco mais de 45%. O documento ressalta que este não é um fenômeno apenas estadunidense.
De acordo com o responsável pelo relatório da WWI, Erik Assadourian, o resultado da pesquisa é sintoma de uma mudança cultural. A ênfase atribuída pelos jovens à melhor condição financeira está ligada ao desejo de consumir mais produtos. Dessa forma, os recursos naturais são utilizados cada vez mais para suprir a demanda do consumismo.
Entre 1950 e 2005, a produção de metais cresceu seis vezes, o consumo de petróleo subiu oito vezes e o de gás natural 14 vezes. Atualmente, um europeu consome em média 43 kg em recursos naturais diariamente. Um norte-americano consome 88 kg.
“Temos que transformar a cultura para que viver sustentavelmente seja tão normal como vivemos o consumismo exacerbado. Ninguém vive sem celular hoje em dia e as ruas estão cheias de carros. O problema é que a nossa capacidade de viver no planeta está comprometida”, explicou Assadourian.
Hábitos, valores e referências são, em grande medida, formados na infância. Durante a vida, a educação pode ter um efeito transformador sobre quem aprende. Portanto, explorar as instituições de ensino será essencial para redirecionar a humanidade para culturas de sustentabilidade, aponta o relatório.
“Mas a crítica ao consumismo pode representar perda econômica. A ampliação do consumo não pode ser vista apenas como degradação”, lembrou o professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu, Ricardo Abramovay. O diretor-presidente do Instituto, Hélio Mattar, rebateu: “As necessidades básicas devem ser atendidas. O enfoque não é simplesmente consumir menos, mas consumir diferente. Deixar o descartável, por exemplo, e ir para o durável”.
Informações do relatório revelam que a humanidade aumentou, na última década, seu consumo de bens e serviços em 28%. Somente em 2008, foram vendidos no mundo 68 milhões de veículos, 85 milhões de refrigeradores, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de telefones celulares.
Desigualdade
Além de excessivo, de acordo com o estudo da WWI, o consumo é desigual. Em 2006, os 65 países com maior renda, que somam 16% da população mundial, foram responsáveis por 78% dos gastos em bens e serviços.
Os Estados Unidos, com apenas 5% da população mundial, representam 32% do consumo global. Se todos vivessem de forma semelhante aos estadunidenses, o planeta só comportaria uma população de 1,4 bilhão de pessoas. Atualmente, já somos quase sete bilhões, e projeta-se nove bilhões para 2050.
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